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segunda-feira, 6 de junho de 2016

Grão

Por aqui o espaço me ausenta de todas as condições de avanço. Busco encontrar uma sitônia nos pensamentos bloqueados por inúmeras informações. Sou transferência imóvel de olhar, não estou numa base solta. Me retenho ao caminho traçado pelo tempo que vigora em mim. Me disperso na amplitude das árvores, nos grãos que rastreio, no ar de novas camadas exposta em outros quintais do centro. Respiro em sonhos tudo que motiva a circulação que me carrega no chão extenso. Acompanho outros movimentos que seguem o mesmo grito. As informações borbulham e raramente me camuflo em uma. Paro e fico observando o andamento do tempo em passos lentos. Me ligo ao coração que expressa a liberdade da vida escancarada no globo ocular. Da onde estou o que se encontra ao redor são monumentos históricos que estavam bem antes do primeiro ser sanguíneo existir. Belém é uma história de vida que passa silenciosamente, não se pode observar. É necessário existir em cada canto, nas praças que absorvem as milhares de vidas. São os caminhos inversos que se dividem no mesmo retorno. Passeio por um grande labirinto. Tá tudo tão perto que a vontade de me distanciar some de acordo com seu nome. Ando olhando pro céu, para as mangueiras que me escondem a próxima etapa. Olho detalhadamente da janela a estátua que carrega a espada da esperança onde cruza um caminho entre às árvores de pedras; um anfiteatro calado pela acústica dos pensamentos sujos. Por cada botão que segue, cruza entre linhas, fixa a sua presença em pouco tempo nesse espaço vivo. Ainda estou descobrindo a terra desses quintais.

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