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terça-feira, 12 de abril de 2016

UM QUINTAL PARA O FUTURO

"Vagarei pela inexistência da cidade,
por sobre os telhados,
sobre a vida que transpira na pele da idade
dos meus 20 anos
de poeta,
de aprendiz
de arquiteto,
menino de sonho
e ossos no universo de um quintal do Norte.
[...] Outro universo, diverso,
os quintais da cidade
de cercas paredes e muros: geografia escolar.
[...] Todos, contudo, quintais do homem.
Pois, o mundo é grande,
o quintal é grande."
(Os Quintais, Arquitetura dos Ossos, Age de Carvalho, 1990)

Submeter todo o conhecimento adquirido nesses anos de formação e construir um caminho a seguir para novas produções futuras. Guardar toda a experiência vivida no coração para que no dia de amanhã renasça uma esperança de uma ideia de saberes. Ser conduzido pelas produções e pesquisas elaboradas na minha trajetória de artista-professor-pesquisador na universidade e percorrer por entre os pensamentos existentes na cidade, na Amazônia e nos lugares onde o vislumbramento da poesia me tocar.

Basear-me nos sentidos, na cartografia permanente do meu ser. Levar através dos métodos adquiridos a importância do teatro. Trilhar, mapear e vir a ser os pensamentos que me transbordarem. Deixar a prática narrativa e seguir o percurso da criação artística onde eu estiver presente, amarrar novas ideias e sustenta-las no blog como fonte de referencias para a conexão com novas linguagens de consentimento artístico e social.

Transfigurarei-me em novas imagens para me adaptar ao cotidiano, ao mercado sistemático de produção. Irei buscar novas fontes para tentar entender como funciona o mecanismo; conectar-me-ei com os grupos, artistas, instituições, escolas, comunidades e pessoas que transpiram um novo movimento da atual conjuntura social. Ser um raciocínio que dialogue com outras produções e contribuir com o jogo que a vida lá fora pede.

As ideias de um futuro melhor chegam a mim nessa conclusão de um ciclo acadêmico, quero ter forças para concretizara-las. Tenho motivações de continuar os rastros da pesquisa no avanço acadêmico, numa pós-graduação, mestrado, doutorado e o que a educação teatral me servir como fonte de sobrevivência nesse planeta. Agora estou conectado em rede, em uma plataforma que sustenta as minhas criações, obras teatrais, a minha vida artística presente que servirá como referencias para gerações futuras a mim:

A prática narrativa sobre processos de criação é híbrida na sua formatação: histórias de vida, memórias, diários de trabalho ou de bordo, autobiografias e, contemporaneamente, sites, blogs e biomídias. Mas é, hipoteticamente única, em seus princípios: vencer a natureza efêmera da cena, compreendendo-a em seu processo de criação, como um legado artístico para as futuras gerações de criadores - Wlad Lima. Postagem: A nascente da rede teatro d@floresta (Blog Teatro da Floresta 23/06/2009).

Com essa grande referencia, se não rastro deixado por Wlad Lima, é que busquei firmar-me como pesquisador e aplicar no meu trabalho de conclusão de curso os fundamentos e a importância de se criar registros e sustenta-las em um blog. Wlad esteve presente no meu ingresso no curso, foi com ela que tive a primeira aula em que foi me apresentado à proposta de criação de um blog para se ter como ponto de apoio e registrar o processo vivenciado durante a formação. Recebia dela concelhos, puxões de orelha e um olhar que já me transmitia a ação do jogo da cena teatral. Parto de sua grande referencia de pesquisadora em teatro para dá continuidade nesse saber-fazer amazônico, nessa floresta de encantamento em que o meu coração grita a existência de um ser que respira essa fonte.

O material produzido está publicado em rede, sãos pistas[1] que dão norte a pesquisa, multiplica sentidos futuros, traz a tona a construção do ser, busca informações que a complementam no progresso da produção. Encaixa o pensamento na formação de conteúdos, no progresso de um profissional em teatro. Faz o raciocínio se manter em conexão com a experiência vivida, procura analisar os fatos que vem a acontecer cotidianamente na elaboração de novos trabalhos artístico.

Um quintal para o futuro é atravessar e se desafiar. Buscar ultrapassar com um objetivo. Fazer o traço e partir em caminhos. Se dividir, multiplicar, fechar. Achar o caminho que te traga pra dentro da terra. Se manter no ponto de apoio da pesquisa, no saber-fazer teatral da minha região, falar sobre o teatro que tá acontecendo atualmente aqui. Desbravar o universo de um quintal do Norte. Mostrar uma rede de comunicação com artistas da cidade, uma mobilização artística que dialoga sobre o saber-fazer teatral contemporâneo. Expressar na mídia a ludicidade das histórias de vidas, de sentimentos coletivos e deixar registrado como história da produção humana espetacular.




[1] As pistas que guiam o cartógrafos são como referencias que ocorrem para a manutenção de uma atitude de abertura ao que vai se produzindo e de calibragem do caminhar no próprio percurso da pesquisa – o hódos-metá da pesquisa.

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