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sexta-feira, 25 de março de 2016

Espetáculo "Animalismo - A Nova Ordem Mundial"

Participar de uma montagem teatral sempre me traz grandes dúvidas enquanto ator. Sigo a influencia artística pertencente a grandes exercícios; modifico-me em formas de pensar. Transporto-me para a leitura da obra que me completa num grande vazio. Destruo a forma de narrar do autor e me qualifico apenas em seus pensamentos, nas entre linhas que dão sentido ao entendimento da história. Mudo conforme o jogo cênico que se instaura nos ensaios. Mostro inúmeras posições onde meu corpo sustenta a ideia de um devir, influenciando na construção do espetáculo. Dou forma ao sentido da virgula e subtraio a dúvida existente no comando. Vejo brotar um norte para o movimento da ação, me alimento do absurdo para sobreviver na encenação.

Peguei o curso da história já construída, partido da terceira fase. No meu grau de conhecimento busquei me incluir na quarta fase e aplicar todo o conteúdo de criação pertencente a nova montagem do espetáculo "Animalismo - A Nova Ordem Mundial", fábula inspirada no livro A Revolução dos Bichos, de Orwell. A montagem surgiu do Projeto de extensão "Novos Encenadores", realizado pelo Grupo de Teatro Universitário (GTU) da UFPA, dirigida por Marcelo Andrade em maio de 2015.

O personagem que interpretava era o Corvo, readaptado para nossa montagem como “Urubu”, um animal asqueroso que come carne humana. Diante do processo de montagem trazia durante os ensaios a minha pesquisa de personagem. Descobria no cansaço, no esgotamento físico aplicar as referencias que davam sentido ao bicho:

Imagem da internet

Imagem da internet

Anotações em diário do processo de criação 

As coordenadas me guiavam na construção de partituras para o personagem e me localizavam na cena. Com isso pude ter noção do que estava fazendo e trocava a ideia com outros atores para chegar a um sentido:
- corcunda
- leveza
- olhar sombrio
- sair voando depois de ser expulso
- ficar em cena
- dar o texto sem presa
- eu sou um orador
- outra voz pra dá o texto
- boca aberta com lábios bicudo
- eu como carne humana, sou um abutre
- olhar sombrio, assustador como se fosse atacar alguém

Exercício físico para a construção do personagem

Essas coordenadas são rastros que sustentam a ideia um devir do personagem. Construía uma memoria das ações, do que adquiria e aplicava no meu corpo:

“A memoria é um espaço e o tempo da criação. E só nos serve se convertida em carne, corpo vivo, intenso. Mesmo fragmentária, permitindo respiros, pausas, fluxos, refluxos, pequenos confortos, a intensidade e a plenitude não podem ser contínuas. Não é possível conservar e alimentar a intensidade em tempo integral.” (Ana Cristina Colla. Caminhante, Não Há Caminho. Só Rastros.   2013, p. 21)

Outras informações referente ao espetáculo:

Entrevistas e teaser sobre o espetáculo "Animalismo - A Nova Ordem Mundial"








Fanpage de Animalismo, acesse aqui
Notícia no Portal da UFPA

Fotos:









Desta vez a revolução ocorrerá nos dias 2, 3, 9, 10, 16 e 17 de maio, no Fórum Landi (em frente à Praça do Carmo), sempre às 19h.
Ingressos à R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 7 (para alunos da UFPA).

Direção: Marcelo Andrade
Dramaturgia: Elise Vasconcelos, Marcelo Andrade e Kauan Amora
Preparador de Elenco: Allan Jones, Fabio Limah
Iluminação: Enoque Paulino e Paula Nayara
Figurino e cenografia: Kevin Braga
Músico: João Urubu e Vitória Porpino
Produção: Laíra Mineiro e Stephanie Lins Lobato
Assessoria de Imprensa: Brunno Gustavo
Vídeos: Paulo Evander

Elenco:
Anderson Monteiro, Anne Beatriz Costa, Bernard Freire, Bruno Rangel, Brenda Paixão, Danilo Rocha, Diana Klautau, Fábio Limah, Isadora Lourenço, Larissa Xavier, Lennon Bendelak, Marília Berredo, Paulo Evander, Paulo César Jr., Kahwana Pantoja, Karimme Silva, Renan Coelho, Raoni Moreira, Selma Salvador, Thainá Cardoso, Tete Jorge, Thamires Costa, Gladson Siqueira.

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