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terça-feira, 1 de setembro de 2015

Rosácea das forças

Eu canso quando o som ao redor se expandi dentro de mim. Mostro ausência de sensatez e me cubro de metáforas aglutinadas na minha imaginação. Busco um revés que modifica os estreitos caminhos oblíquos da rotina. Paro. Sufoco em pensamentos. Desabo em poeira soltas que invadem minha retina. São tempos rápidos e o entendimento dessa situação gera um caos nos poros que aniquilam o individuo. Tudo é confuso. Bagunça encaixotada. Energia esquálida derradeira. Movo, prendo-me a mim mesmo. Observo o andamento das paredes e caio no chão que sustenta o mundo. Tudo é frenético. Ausência de motivação. Grito escorado nas cordas vocais. Vazio cintilante que acompanha a rotina. Circulação interrompida pelo espaço. Olho de dentro e não enxergo nada. Tudo é fato. Choro trancado. Batimentos que soltam os brilhos invisíveis. Palma. Estabilidade caminhante. Encadeamento imóvel. Até aqui o silêncio busca um confronto com ele mesmo. Por de trás, visões encandecestes que te sustentam na linha cotidiana. Fluxo de sentimentos. Pedaços embrulhados num lencinho de papel. Ar codificado de gases. Movimentação psicodélica. Tudo é misturado, andamento retardado, choque de explosão do intestino.
27/08/2015 

*Rosácea das forças: "trata-se de um espaço direcional adaptável a todos os movimentos do homem, sejam eles físicos ou psicológicos, um simples movimento do braço ou uma paixão devoradora, um gesto da cabeça ou desejo profundo, tudo nos leva ao 'empurrar / puxar'". (O corpo poético - Jacques Lecoq, 2010)

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