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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Minha recepção

Sentir o peso do portão de ferro ao empurrá-lo, assim como também sentia a energia que acabava de receber ao entrar naquele grandioso espaço repleto de imaginações. Tudo era novo. Tudo era estranho. Saber que os próximos dois anos de minha vida iriam se passar ali, junto com outros corpos com o quais iria trocar sonhos. Não sei qual foi o motivo que me levou até aquele local. Talvez fossem todas as minhas lembranças que me levaram espontaneamente. Queria vivê-las novamente.

O quadro de aviso bateu os meus olhos indicando onde seria a atividade acadêmica programada para aquele dia. “Papo de ator. Convidados: Claudio Barradas, Karine Jansen, Wlad Lima. Auditório. Fui guiado com um sentimento calmo para adquirir os conhecimentos do que se aconteceria por ali. Afinal, adquirir referência de outros atores, havia se tornado comum para mim desde o dia anterior, quando assistir a apresentação de um monólogo interpretado pelo ator Claudio Barros. A sala não estava muito cheia, mas os olhares compenetrados das pessoas seguiam a fala dos atores experientes.

Fiquei perplexo com as falas e imaginei o que me aguardava naquela escola. O que iria de fato fazer meus sentimentos transbordarem. Havia tantos dentro mim. Acho que já era hora de trabalhar com o olhar em relação ao mundo. Sempre quis seguir em frente com os olhares do mundo. Minha primeira vontade era viajar e encontrar o inevitável. Acho que encontrei. Quero me jogar no mundo artístico. Deixar o medo apenas como um contra-ponto de quando, em momentos de silêncio, me perguntasse: ‘se eu tivesse ido, como seria?’ Então o medo poderia tomar conta de mim.

Mas eu decidi ir, e quero encontrar tudo. Tudo.

Bernard Freire

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