A culminância entre várias linguagens
artística desbrava sentidos e mostra um novo olhar da cidade de Belém através
de um passeio por lembranças contadas pelas ruas numa projeção de imagens. Essa
é a proposta realizada pelo projeto Reator Eterno do Estúdio Reator que pede
licença para a rua a partir do dia 28 de setembro, às 19h.
(Me conectando com o espaço Estúdio Reator)
O projeto Reator Eterno, contemplado pelo
programa Rumos do Itaú Cultural, procura contar parte das histórias dos Bairros
de Fátima e São Brás em uma performance que mistura vídeo, música, teatro,
fotografia, sobre parte desse local esquecido,
e agora revivido por lembranças
contadas entre moradores antigos e novos pertencente aos bairros que escondem
um segundo centro de Belém. Buscando contar a partir de uma linguagem artística
hibrida a memória descoberta por entre quintais e canais esquecidos dos bairros
que seguem os dias da cidade.
Nessa busca, o olhar cotidiano entre o urbano
e periférico se permeia numa cartografia sinestésica e afetiva por vários
trajetos que passam por casas e prédios mostrando um fluxo da passagem de
existência revertido em poesia. O trabalho teve seu indutor nas fotografias e
histórias de vida da família Lima de Queiroz e seus mais de 100 anos vivendo no
número 1053 da travessa 14 de abril. Os artistas participantes do projeto
começaram construindo um mapeamento dos bairros a partir das histórias vizinhas
e criando uma “cartografia poética sinestésica.” Nessa cartografia, o roteiro
dos passeios pelas ruas foram construídos, e agora pedem licença e convidam o
publico a entrar numa performance que se acolhe em dois bairros disfarçados de
detalhes que complementam cada travessa, mudam o ambiente e fazem as casas irem
esquecendo/lembrando a composição do lugar junto aos quintais invisíveis que
existe atrás de cada uma.
No passeio, os performers buscam descobrir o
sentido pertencente a esse chão de terra batida de asfalto, que se configura
por imagens que projetam um movimento inverso do tempo, interferindo no
comportamento da cidade que modifica o cotidiano num passeio de lembranças
permeadas por imagens do século passado que influenciam na cultura presente.
Nesse movimento de linguagens a transformação visual carregada de lembranças,
apresenta a cidade composta em dois tempos que se modificam durante a
apresentação.
Os movimentos entram numa sintonia entre
vídeo e sons frenéticos que colocam o publico diante de uma imagem reproduzida
em luzes conectadas num jogo com o movimento da rua, o som do transito, a
fumaça espalhada no ar e os pedestres que alteram a percepção da realidade.
Instalação no Estúdio Reator
Diante das lembranças e da pesquisa pelos
bairros, o publico também poderá conferir as histórias e o trabalho através da
“Instalação das Lembranças” que ficará em exposição durante o período das
apresentações no espaço do Estúdio Reator das 14h às 19h. A memória da
instalação foi construída a partir de histórias da família Lima de Queiroz que
procura mostrar um pouco da mudança da travessa 14 de abril entre imagens,
vídeos e sons que reproduzem o movimento urbano, contado também por moradores e
trabalhadores locais,que observam todo o fluxo entre seus afazeres, diante da
transformação dos bairros,entrando numa convergência de luz e imagens que
modificam o antigo, e ressalta o novo e a visão contemporânea de Belém.
A instalação também traz trabalhos realizados
pelo Estúdio Reator que há 6 anos experimenta e desenvolve hibridismos nas linguagens
audiovisual, teatro, dança, música, fotografia e vídeo envolvendo tudo com a performance,que
mostram novas possibilidades de um fazer artístico. Levando o público a
conhecer e perceber na memória desse espaço, a vida imitando a arte.
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