Cada corpo individual
torna-se parte integrante de um imenso hipercorpo híbrido e mundializado.
Fazendo eco ao hipercórtex que expande hoje seus axônios pelas redes digitais
do planeta, o hipercorpo da humanidade estende seus tecidos quiméricos entre as
epidermes, entre as espécies, para além das fronteiras e dos oceanos, de uma
margem a outra do rio da vida. (Pierre Lévy, 1996)
Na
confluência entre os dois campos existe uma energia orgânica, física e
eletrônica que fricciona a pesquisa, ampliando as informações e buscando
compreender algo. O blog palavra-corpo é apenas uma plataforma dos registros,
um diário de bordo virtual que ultrapassa a particularidade e a permanência da
idéia em único plano. Os registros se propagam, ampliam, compreende um assunto
carregando outra informação do mesmo. A escrita leva para outras margens o
entendimento do trabalho, podendo se conectar com diversos tipos de
conhecimento do que ela mostra. A identidade se modifica, cresce, colhe
inúmeras interferências que o campo virtual expande e prover mudanças no
caminho da identificação. O dialogo é universal, foge para outros planos além
do lugar em que se apresenta.
Nessa interação é importante observar o movimento que a
comunicação virtual rege entre as dimensões que propagam o pensamento humano,
desbravando a cultura existente do mundo a partir da raiz de sua identidade,
compartilhando sentidos e experiências de vida que causa estranhamento,
semelhanças e identificações com o crescimento de informações interculturais. Ela
lança a partir do espaço local a imagem que propaga por inúmeras redes o nosso
próprio entendimento de visão de mundo, transformando a partir da web o
comportamento que se mostra na humanidade. No palavra-corpo o objetivo é pôr
em análises críticas, as postagens e seus desdobramentos na perspectiva de
novas criações, mostrando a comunicação teatral, performática e artística em
rede. O Blog é um dispositivo passível de suportar o desenho do plano de
consistência onde está organizada uma trajetória de formação de um
artista-professor-pesquisador, no caso, a minha própria formação.
É
nesse campo hipermídiatico que trago para ilustrar essa leitura duas referencia
que dialogam com o pensamento que estou inserindo na pesquisa, a primeira é a
leitura da Lucia Leão no livro O
labirinto da hipermídia: arquitetura e navegação no ciberespaço (2005),
através da imagem de um labirinto que explica a multidimensionalidade desse
espaço virtual: “um sem-número de textos, imagens e sons, em diversas
formatações e dinâmicas, interligados em caminhos potenciais que dependem da
interação com aquele que lê, ouve ou vê, para constituir ou completar o seu
sentido. O labirinto existe como potência e também como experiência, naquele
percurso desordenado e virtualmente infinito, escolhido e definido a cada
bifurcação”. A segunda e a cena do labirinto no filme Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas de Tim Burton, onde o
personagem Willian desmitifica o misterioso labirinto de teias de aranha para
encontrar a saída:
(“Quanto mais difícil algo é, mais recompensador é no
final”. Peixe Grande e Suas Histórias
Maravilhosas, 2004. Direção: Tim Burton)
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