(Hilda Hilst. Foto: Juvenal Pereira / Reprodução)
A obra teatral da poeta Hilda Hilst chega as livrarias em dois volumes lançados pela editora L&PM, que esse ano presenteia os leitores com os excelentes registros da maior dramaturga brasileira. Foram oito peças teatrais escritas entre 1967 e 1969 que marcaram um momento febril e de intensa produção artística de uma escritora em plena ditadura militar, que registrou em ânsias reais uma dramaturgia que toda cena teatral deveria interpretar. As peças de Hislt ultrapassam a leitura formal de um espetáculo, dirige enlouquecidamente uma transição pelo olhar do personagem que expressa o seu sentimento de escritora.
Com ensaio biobibliográfico da escritora Leusa Araújo, o primeiro volume já publicado, traz as peças: O verdugo, As aves da noite,A morte do patriarca e O visitante, que mostra um cenário poético teatral em meio a um conflito familiar entre mãe e filha que disfarçam uma personalidade entre diálogos de cena que evidenciam o posicionamentos da relação familiar. O segundo volume que sairá no segundo semestre, traz as peças: O auto da barca de Camiri, A empresa, O novo sistema e O rato no muro, cuja dramaturgia percorre por pensamentos suspendidos e vivenciados numa casa onde habitam dez mulheres, identificadas somente pelas iniciais de A a I que passam por uma não identificação das personagens e palavras ditas por mulheres que costuram a dramaturgia.
Seguindo essa fluidez, o texto de Hislt começa a dar uma virada quando transita de uma escrita literária para escrita teatral que surge diante de uma situação de resistência artística no país. Suas peças tornam-se uma mistura do prazer libertário com a poesia pensante exaltada pela consciência das personagens. Destaca-se nos textos,o posicionamento em palavras que a escritora determina na hora de criar seus personagens sem estruturas psicológicas, analisando um desdobramento dos pensamentos que transitam entre o espaço/tempo para a construção da dramaturgia que segue o ritmo da cena vivenciada. Toda a poesia de Hilst é jorrada através de um grito perturbante que foram manifestados em momentos solitários de uma escritora que escancara a própria vida em textos cênicos. Ideias como a morte, Deus, e amor são descritos em meios aos devaneios que surgem diante da criação e do fazer ininterrupto da ação.
Com ensaio biobibliográfico da escritora Leusa Araújo, o primeiro volume já publicado, traz as peças: O verdugo, As aves da noite,A morte do patriarca e O visitante, que mostra um cenário poético teatral em meio a um conflito familiar entre mãe e filha que disfarçam uma personalidade entre diálogos de cena que evidenciam o posicionamentos da relação familiar. O segundo volume que sairá no segundo semestre, traz as peças: O auto da barca de Camiri, A empresa, O novo sistema e O rato no muro, cuja dramaturgia percorre por pensamentos suspendidos e vivenciados numa casa onde habitam dez mulheres, identificadas somente pelas iniciais de A a I que passam por uma não identificação das personagens e palavras ditas por mulheres que costuram a dramaturgia.
Seguindo essa fluidez, o texto de Hislt começa a dar uma virada quando transita de uma escrita literária para escrita teatral que surge diante de uma situação de resistência artística no país. Suas peças tornam-se uma mistura do prazer libertário com a poesia pensante exaltada pela consciência das personagens. Destaca-se nos textos,o posicionamento em palavras que a escritora determina na hora de criar seus personagens sem estruturas psicológicas, analisando um desdobramento dos pensamentos que transitam entre o espaço/tempo para a construção da dramaturgia que segue o ritmo da cena vivenciada. Toda a poesia de Hilst é jorrada através de um grito perturbante que foram manifestados em momentos solitários de uma escritora que escancara a própria vida em textos cênicos. Ideias como a morte, Deus, e amor são descritos em meios aos devaneios que surgem diante da criação e do fazer ininterrupto da ação.
(Ilustração de Laura Lannes para a versão em graphic novel de ‘A obscena senhora D’ - Divulgação)
Há nas peças um afogamento em palavras que condiz com uma escrita real por de trás da panada, ela percorre por todo o espaço mantendo a energia que se desdobra em cenas grotescas e rudes aos pensamentos da dramaturga. Ela instigava, desafiava e determina por meio das palavras uma teatrologia observada no acontecimento desse tempo. Os diálogos mantinham a mesma hierarquia onde os personagens ultrapassavam as fronteiras do significado da peça, as cenas se davam em todos os lugares sustentadas pela presença de deus ou do diabo.
Esse ano a escritora Hilda Hilst será homenageada na 16ª Festa Literária de Paraty (Flip), que acontece de 25 a 29 de julho apresentando a trajetória de uma mulher que não media as palavras. A Feira irá mostrar o olhar artístico de uma escritora contemporânea que registrava um sufocamento da realidade vivenciada no plano ficcional, conectadas aos acontecimentos de sua poética.
As obras de Hilda Hilst procuram ultrapassar o sentido de nossas vidas, da realidade interpretada por seres que se desgastam em cada lugar. É uma mistura de sensações da escritora, das personagens e de toda dramaturgia que observa o leitor em sua própria identificação. Hislt, sabia contar as palavras sem as máscaras que as encobre, desnuda as letras e constrói uma imaginação que triangula entre escritora, obra e leitor; dilacerando o corpo diante de uma encenação que o teatro deve buscar em suas palavras.
Esse ano a escritora Hilda Hilst será homenageada na 16ª Festa Literária de Paraty (Flip), que acontece de 25 a 29 de julho apresentando a trajetória de uma mulher que não media as palavras. A Feira irá mostrar o olhar artístico de uma escritora contemporânea que registrava um sufocamento da realidade vivenciada no plano ficcional, conectadas aos acontecimentos de sua poética.
As obras de Hilda Hilst procuram ultrapassar o sentido de nossas vidas, da realidade interpretada por seres que se desgastam em cada lugar. É uma mistura de sensações da escritora, das personagens e de toda dramaturgia que observa o leitor em sua própria identificação. Hislt, sabia contar as palavras sem as máscaras que as encobre, desnuda as letras e constrói uma imaginação que triangula entre escritora, obra e leitor; dilacerando o corpo diante de uma encenação que o teatro deve buscar em suas palavras.
Hilda é maravilhosa... queria muito poder visitar a Flip
ResponderExcluirOps!
ExcluirAgora que li, realmente Hilda é incrível. Queria ter ido a flip tbm.
fico só nos livros.
Apenas revisito o blog.