A gente vai se
aproximando do centro da cidade e sentido a mudança de todo o espaço na retina
de um olhar distante em que o reflexo da mudança nos deixa em níveis baixos e
altos nesse chão extenso. Parece o
efeito da vida, mas só que jogado nos muros, nas árvores das calçadas que pulam
em barreiras de concretos, nos fios elétricos embolados, nos postes riscados e
nos detalhes em grão que dividem as casas. Tudo se separa em um ordenamento
simultâneo das cores, nas lajotas que desenham um som de silencio e na memoria dos
portões e grades que se misturam ao tempo que nem a rua batida de asfalto e a
areia suspensa nesse ar.
Aqui vemos uma
constelação de chão que nos encobre ao caminhar próximo da calçada maior que o
muro; vamos olhando pra cima dela onde o alto do bode permanece ao
comportamento da cidade e no mesmo lugar frequentado pela movimentação dispersa
desse território que se sustenta no passar dos dias. Por entre as ruas e cores das
casas, por entre as informações que atingem os pensamentos e sentimentos
carregados pelos moradores, o novo e o velho vão se decompondo e crescendo numa
raiz histórica de São Brás. Aqui a árvore erguida em ferro europeu abastece a
condição física desse lugar tal qual um rio de uma região; ela se eterniza nesse
lugar de terra vivido por toda Belém atingido o envelhecimento prolongado do
tempo.
A vida aqui se encobre no
escurecer do dia, no calor por debaixo das mangueiras, no mudar da rotina de
cada hora. O silencio dessa mudança se evapora nos olhares despercebidos das
pessoas e das condições de trabalho de todos os figurantes dessa cena real. A
organização do espaço-tempo desconstrói a realidade, busca sonhos, se move no
avanço ausente da cidade, realiza projeções de um novo centro adepto a capital.
Entre fronteiras periféricas e urbanas essa parte enobrece o rendimento vizinho
e desenha o observar da cidade numa composição de prédios e casas que perdem a
harmonia em lembranças de outros lugares do mundo.
Aqui a estrutura dos
bairros se divide por ruas e conexões de vidas guardadas no casulo familiar que
vivenciamos nesse estado de agora que corre junto às voltas do planeta. O tempo
vai deixando nos lugares o resto das lembranças que as pessoas perdem por
necessidades de viverem e em meio às transformações alguns ainda sustentam os sentimentos
que se atribuem ao comportamento simultâneo do cotidiano. Os espaços vagos
acolhem os matos pelos cantos das paredes e o comercio das calçadas empurra o
sabor em sombras guardadas pelo calor.
Os dias escondem um
segundo centro de um lugar do norte que se propaga por dimensões de chão plano,
abriga o moderno em meio à floresta de pedras e árvores que misturam o
comportamento de São Brás e Fátima na ação passageira de Belém. Nessa
cartografia, a cidade se acolhe em dois bairros disfarçados de detalhes que
complementam cada rua, muda o ambiente e fazem as casas irem esquecendo a
composição do lugar junto aos quintais invisíveis que existe atrás de cada uma.
Nessa paisagem vivenciamos o comportamento absurdo suspenso pelo tempo, pela
memoria e o esquecimento causado pelo fluxo que se fecha na noite entre os
bairros.
Ficha Técnica: http://estudioreator.wixsite.com/reatoreterno/fichatecnica
Reator Eterno: http://estudioreator.wixsite.com/reatoreterno
Imagens:
Ficha Técnica
Direção e coordenação geral
Nando Lima
Performers
Pedro Olaia - Dudu Lobato
Wan Aleixo - Bernard
Freire
Nando Lima - Vandiléia Foro
Entrevistas
Pedro Olaia
Câmera e fotos
Dudu Lobato
Trilha sonora
Armando de Mendonça
Roteiro da performance
Nando Lima - Pedro Olaia
Designer gráfico
Wan Aleixo
Textos site/blog/imprensa
Bernard Freire
Expografia
Nando Lima
Instalação e montagem
Pedro Olaia - Dudu Lobato - Wan
Aleixo - Bernard Freire - Nando Lima
Figurino
Telma Lima
Edição de vídeo
Nando Lima
Montagem de iluminação
Nelson Dantas
Contrarregra
Oiran Rocha
Recepção
Wan Aleixo - Bernard
Freire
Produção e realização
Estúdio REATOR
Agradecimentos moradores dos bairros
de São Brás e Fátima
Abílio Franco
Cincinato Marques Jr
Maravilha!!!!
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